domingo, 16 de março de 2008

A Páscoa está chegando - que fazer?

Algumas sugestões para driblar o excesso de consumo de chocolate e carboidratos nessa época do ano. Sugestões úteis para substituir os ovos normais por dietéticos e os cuidados com o consumo de colombas, principalmente no caso de crianças diabéticas.

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Comunidade Diabetes

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terça-feira, 11 de março de 2008

A pior viagem de minha vida

Aconteceu há 9 anos e foi terrível. Adeline tinha 17 anos, é diabética desde os 8. Começou a passar mal, foi internada e entrou em coma. O médico que a atende é de Birigüi e pediu que a levássemos de ambulância para lá.
A viagem leva cerca de uma hora, mas minha filha estava em estado desesperador. Estava entubada e no balão de oxigênio. Iniciamos a viagem, ela atrás, com um enfermeiro (que no caso era meu ex-marido, padrasto dela). A cada 15 minutos ele acendia a luz e verificava o pulso dela. Então dava um sinal. Por esse sinal o motorista sabia se devia continuar a viagem (estava viva) ou retornar a Pacaembu (estava morta).
Eu ia no banco da frente, ao lado do motorista e a cada vez que aquela luz se acendia lá atrás eu rezava, meu coração quase parava, e a cada vez que a luz se apagava e a ambulância seguia em frente meu coração saltava no peito e eu agradecia a Deus. Mais 15 minutos com ela.
E assim, ganhando mais e mais quinze minutos, atravessei um calvário de quase 2 horas. Se alguém me perguntar se o Inferno existe, vou dizer: "Existe sim, já fui lá de ambulãncia e tudo!"
Nenhum filme de monstro, zumbi, seja lá o que for, por mais pavoroso que consiga ser jamais chegará perto das horas de puro pavor que vivi enquanto aquela ambulância ia pouco a pouco vencendo a distância que nos separava da medicação adequada para minha filha, que seria capaz de salvar-lhe a vida.
Creio que aos poucos fui abandonando naquela estrada longa, penosa, demorada, meus medos, minhas frustrações, minhas tristezas, minhas mágoas... à medida que o tempo ia passando e íamos avançando, a cada vez que aquela luz se acendia, eles iam se tornando todos mais e mais insignificantes frente à agonia maior que eu estava vivendo.
E assim pouco a pouco fomos vencendo a distância, sempre em frente, graças a Deus, chegamos e ela foi direto pra UTI.
Muitas coisas ruins me aconteceram depois disso, mas nada até agora comparável à extrema agonia daquela viagem que corria contra a morte de minha filha que oscilava no portal que nos separa de outros mundos. Aquela ambulância atravessando a noite, enquanto mil medos e angústia me atravessavam o coração.
E hoje quando algo muito ruim me acontece eu penso: "Se consegui sobreviver àquela viagem pavorosa, que mais eu não posso enfrentar?"

(Zailda Mendes)

Você acredita em milagre?

Eu acredito em milagre. Pra mim milagre é algo tão certo quanto a água correr pra baixo ou haver nuvens no céu.
Quando Adeline entrou em coma, aos 17 anos, passou 5 dias em estado desesperador, na UTI, sem reagir a medicação alguma. E eu passei esses dias sentada num sofá que havia em frente à entrada da UTI e todo dia podia vê-la por 15 minutos, das 15:00 às 15:15.
Enquanto ela estava lá, por várias vezes eu assisti a um ritual que fazia parar meu coração. O mundo parava de girar enquanto eu via aparelhos serem colocados para o lado de fora e depois uma maca, com alguém coberto com um lençol era empurrado pra fora e permanecia ali alguns minutos, até alguém do necrotério vir buscar.
Minha filha estava lá dentro mas mesmo assim nas várias vezes em que isso ocorreu, nunca tive coragem de dar uns passos e levantar aquele lençol pra ver se era ela. Esperava pensando que se fosse, logo viriam me avisar então eu ganharia alguns minutos sem saber dessa verdade cruel.
Bem, não aconteceu, mas ao final de 5 dias o médico me chamou e disse que como ela estava há cinco dias no limite entre a vida e a morte, recebendo medicação mas o estado dela não havia mudado em nada, no dia seguinte viria um neurologista pra fazer uma avaliação, e caso fosse constatada morte cerebral alguém da família deveria estar lá para assinar a autorização pra desligar os aparelhos.
À família ela aconselhou que rezássemos.
Ora, quando um médico te manda rezar, pode ter certeza que a coisa está mesmo muito feia.
Como eu sempre segui à risca as ordens médicas, fui pra igreja rezar.
Logo senti uma extrema dificuldade de seguir a ordem médica porque fazia tanto tempo que eu não entrava numa igreja que já não me lembrava como se reza lá. Resolvi então rezar do jeito que eu sempre faço.
Minha tia, que é mais espírita que católica enchia meus ouvidos "peça o que for melhor pra ela, peça o que for melhor pra ela..."
Imaginei que era claro que ela nunca foi mãe. Imagina que eu ia pedir isso "o que for melhor pra ela", ia pedir que ela vivesse, que acordasse, que reagisse. E assim fiz. Até negociei, disse a Deus que como meu Anjo da Guarda era dos bons e com experiência nesse negócio de doença grave (já fui "desenganada" algumas vezes, mas ainda estou por aqui), que eu o esmprestaria a minha filha enquanto ela precisasse.
É, fiz assim mesmo, fui falando e pedindo logo pra Deus, fui direto no Chefão porque estando há tanto tempo afastada da igreja já não lembrava mais da hierarquia celeste. Se as freiras me vissem naquela hora, teriam um ataque.
Por mais incrível que pareça, uma semana antes da Adeline entrar em coma eu recebi um envelope pelo correio e dentro dele só havia uma citação da Biblia e era uma citação do Evangelho: Lucas, capítulo 10 (ou 11), versículos 10,11. Na hora da reza foi do que me lembrei, porque nesse capítulo Deus dizia: "bate e a porta se abrirá; pedi e será concedido..."
Eu só tinha que pedir com fé, e foi exatamente o que fiz. Acordamos no dia seguinte com o telefone tocando.
De minha cama aquele ruído era um gemido que poderia ser uma sentença de morte. Meu tio atende. É surdo. Do quarto entendo que era mesmo do hospital. Desliga o telefone. Ouço passos em direção ao meu quarto. Segundos que parecem séculos  depois, meu tio me chama:
- Era do hospital. Adeline acordou. Está pedindo xampu pra lavar o cabelo.
Eu acredito, e você? Acredita em milagre?

(Zailda Mendes)

sábado, 8 de março de 2008

Como tudo começou

Aos 8 anos de idade Adeline começou a emagrecer. Emagrecia rápidamente, a olhos vistos e acabou por perder 5 kg em uma semana. Para ela que pesava apenas 28 kg isso era terrível, parecia que minha filha estava definhando e ia sumir.

Mais grave era o fato que apesar de estar emagrecendo, ela demonstrava um apetite e uma sede dignos de um leão. Houve um dia em que ela tomou 3 copos de vitamina de abacate no café da manhã. Tomava copos e mais copos de água e estava sempre com fome e sede.

Pior que isso, chegava da escola, empanturrava-se de comida e água e depois caía na cama, adormecendo quase que em seguida num sono profundo que para mim, que ficava contemplando-a enquanto dormia parecia o sono da morte.

Após a perda pronunciada de peso levei-a ao médico, e como mãe sempre penso no pior, porque acho que depois de torturar-me com o pior, qualquer outra coisa que venha depois será até um consolo. Pois eu estava convicta de que ela tinha leucemia, portanto fui logo pedindo ao médico que solicitasse um exame de sangue.

O exame deu negativo, ela não tinha leucemia, mas aí minha atenção se voltou para outra doença: o diabetes, cujos sintomas coincidiam com os que ela vinha apresentando.

Nem me importei de levá-la ao clínico geral, no laboratório mesmo pedi que realizassem um exame para diabetes, e antes que o resultado saísse eu liguei para um endocrinologista que tratava a filha de um amigo que era diabética e marquei consulta.

Assim que o resultado saiu - e deu positivo - pegamos o carro e a levamos em estado semi-comatoso para o médico. O médico era em Marília e até chegarmos lá ela oscilou entre a semi-consciência e a letargia.

Ela só foi ver a cara do médico na segunda consulta porque dessa primeira vez não se lembra de nada. Segundo o médico, uma hora mais e ela entraria em coma, talvez irreversível.

A partir daí e nos anos que vieram tivemos que aprender - ela e nós - como conviver com a doença de forma que ela tivesse uma vida o mais normal possível. Para mim aquilo tudo parecia um pesadelo, e eu não sabia quão doloroso poderia ser, mas estava apenas começando.

(zailda mendes)

domingo, 2 de março de 2008

Motivos

Pretendo comentar aqui a experiência de ter uma filha diabética e compartilhar com pessoas que têm ou tiveram o mesmo problema.



Diabetes mellitus é uma doença metabólica caracterizada por um aumento anormal do açúcar ou glicose no sangue. A glicose é a principal fonte de energia do organismo porém, quando em excesso, pode trazer várias complicações à saúde como por exemplo o excesso de sono no estágio inicial, problemas de cansaço e problemas físicos-táticos em efetuar as tarefas desejadas. Quando não tratada adequadamente, podem ocorrem complicações como Ataque cardíaco, derrame cerebral, insuficiência renal, problemas na visão, amputação do pé e lesões de difícil cicatrização, dentre outras complicações. 



Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Diabetes_mellitus