Um dos aspectos mais difíceis da doença é conviver com ela, tentar levar uma vida a mais próxima possível do “normal” sabendo que a doença não tem cura e que provavelmente terá que aceitar as restrições impostas por sua condição.
Há diabéticos que acham que “levar vida normal” é ignorar a doença e agir como se ela não existisse. Essa forma de “convívio” é uma bomba-relógio, as consequências são trágicas e sorrateiras, quando menos se espera o diabetes cobra seu tributo, tirando coisas insubstituíveis que farão com que eles nunca mais tenham uma vida como a das outras pessoas: a visão, membros, os rins, a vida.
Minha vizinha, já de certa idade, dizia que “não conseguia controlar” a doença, mas mais de uma vez eu a vi em festas comendo do bolo, bebendo refrigerante que não era diet nem light, dizendo que “depois tomava o remédio”. Alguns anos se passaram, ela estava lavando a calçada e deu uma topada com o dedão do pé, que inflamou e afinal teve que ser amputado. Algumas semanas depois tiveram que amputar também o pé, a perna, e alguns meses depois ela morreu, quando os rins pararam definitivamente de funcionar.
Aqueles que se queixam porque precisam controlar o que comem e tomar algumas injeções diárias deveriam ficar felizes, porque outras doenças não permitem que apenas com essas precauções se leve uma vida normal. Depois de alguns anos transgredindo as “regras” impostas por seu endocrinologista, você terá uma conta alta para pagar, mas quem a irá cobrar não será o médico, mas a sua doença.
O que é melhor: controlar a alimentação e a taxa de glicose pelo resto de sua vida normal ou ficar preso a uma cama ou cadeira de rodas, fazer hemodiálise 2 vezes por semana, perder a visão e até a vida?
A vida é feita de escolhas. Quem quer ter qualidade de vida precisa respeitar os limites de seu corpo. Seja diabético ou cardíaco, quem quer viver mais e em boa forma precisa aprender a jogar a favor e não contra si mesmo.
Zailda Coirano
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