terça-feira, 11 de março de 2008

Você acredita em milagre?

Eu acredito em milagre. Pra mim milagre é algo tão certo quanto a água correr pra baixo ou haver nuvens no céu.
Quando Adeline entrou em coma, aos 17 anos, passou 5 dias em estado desesperador, na UTI, sem reagir a medicação alguma. E eu passei esses dias sentada num sofá que havia em frente à entrada da UTI e todo dia podia vê-la por 15 minutos, das 15:00 às 15:15.
Enquanto ela estava lá, por várias vezes eu assisti a um ritual que fazia parar meu coração. O mundo parava de girar enquanto eu via aparelhos serem colocados para o lado de fora e depois uma maca, com alguém coberto com um lençol era empurrado pra fora e permanecia ali alguns minutos, até alguém do necrotério vir buscar.
Minha filha estava lá dentro mas mesmo assim nas várias vezes em que isso ocorreu, nunca tive coragem de dar uns passos e levantar aquele lençol pra ver se era ela. Esperava pensando que se fosse, logo viriam me avisar então eu ganharia alguns minutos sem saber dessa verdade cruel.
Bem, não aconteceu, mas ao final de 5 dias o médico me chamou e disse que como ela estava há cinco dias no limite entre a vida e a morte, recebendo medicação mas o estado dela não havia mudado em nada, no dia seguinte viria um neurologista pra fazer uma avaliação, e caso fosse constatada morte cerebral alguém da família deveria estar lá para assinar a autorização pra desligar os aparelhos.
À família ela aconselhou que rezássemos.
Ora, quando um médico te manda rezar, pode ter certeza que a coisa está mesmo muito feia.
Como eu sempre segui à risca as ordens médicas, fui pra igreja rezar.
Logo senti uma extrema dificuldade de seguir a ordem médica porque fazia tanto tempo que eu não entrava numa igreja que já não me lembrava como se reza lá. Resolvi então rezar do jeito que eu sempre faço.
Minha tia, que é mais espírita que católica enchia meus ouvidos "peça o que for melhor pra ela, peça o que for melhor pra ela..."
Imaginei que era claro que ela nunca foi mãe. Imagina que eu ia pedir isso "o que for melhor pra ela", ia pedir que ela vivesse, que acordasse, que reagisse. E assim fiz. Até negociei, disse a Deus que como meu Anjo da Guarda era dos bons e com experiência nesse negócio de doença grave (já fui "desenganada" algumas vezes, mas ainda estou por aqui), que eu o esmprestaria a minha filha enquanto ela precisasse.
É, fiz assim mesmo, fui falando e pedindo logo pra Deus, fui direto no Chefão porque estando há tanto tempo afastada da igreja já não lembrava mais da hierarquia celeste. Se as freiras me vissem naquela hora, teriam um ataque.
Por mais incrível que pareça, uma semana antes da Adeline entrar em coma eu recebi um envelope pelo correio e dentro dele só havia uma citação da Biblia e era uma citação do Evangelho: Lucas, capítulo 10 (ou 11), versículos 10,11. Na hora da reza foi do que me lembrei, porque nesse capítulo Deus dizia: "bate e a porta se abrirá; pedi e será concedido..."
Eu só tinha que pedir com fé, e foi exatamente o que fiz. Acordamos no dia seguinte com o telefone tocando.
De minha cama aquele ruído era um gemido que poderia ser uma sentença de morte. Meu tio atende. É surdo. Do quarto entendo que era mesmo do hospital. Desliga o telefone. Ouço passos em direção ao meu quarto. Segundos que parecem séculos  depois, meu tio me chama:
- Era do hospital. Adeline acordou. Está pedindo xampu pra lavar o cabelo.
Eu acredito, e você? Acredita em milagre?

(Zailda Mendes)

2 comentários:

  1. A gente tem que acreditar!Mas parece que as lágrimas nunca acreditam!
    Vou repassar o blog para algumas pessoas que conheço.
    Bjsss...milll...
    Sonia

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  2. Pois essa história é verdadeira, e hoje a Adeline colabora aqui no blog, contando sobre a experiência de conviver com o diabetes.
    Volte sempre e obrigada pelo comentário!

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Diabetes mellitus é uma doença metabólica caracterizada por um aumento anormal do açúcar ou glicose no sangue. A glicose é a principal fonte de energia do organismo porém, quando em excesso, pode trazer várias complicações à saúde como por exemplo o excesso de sono no estágio inicial, problemas de cansaço e problemas físicos-táticos em efetuar as tarefas desejadas. Quando não tratada adequadamente, podem ocorrem complicações como Ataque cardíaco, derrame cerebral, insuficiência renal, problemas na visão, amputação do pé e lesões de difícil cicatrização, dentre outras complicações. 



Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Diabetes_mellitus